A Macbor pode estar neste momento apenas no mercado ibérico, mas o plano de expansão promete levar a marca espanhola para muitos mais países. Com um novo visual e uma ótica frontal que é a imagem central da Montana XR1, esta moto promete ser o bilhete de entrada da Macbor no mercado global, não só com motos 125 cc, mas possivelmente também com modelos de cilindradas superiores.
A XR1 é a moto mais vendida da Macbor, merecendo por isso uma atenção especial da marca que uniu esforços com um dos maiores fabricantes do mundo para criar um bloco sólido e atualizado para esta moto. Falamos então de um motor monocilíndrico, fabricado em parceria com a Zongshen, o fabricante chinês que produz cerca de 1 milhão de motos por ano. Estamos assim a falar de um fabricante com enorme experiência e que entrega, efetivamente, um motor que aparentou qualidade e boas prestações.
Podemos não estar nos 15 cv, estando assim um pouco abaixo do limite máximo de potência para detentores de carta A1, contudo os 12,6 cv e os 9,6 Nm às 5.500 rpm revelaram estar muito disponíveis e com uma caixa bem escalonada, proporcionando sempre uma boa resposta quando solicitados. Apenas fora de estrada sentimos que a potência ficava um pouco aquém em certas situações, mas falamos de uma moto de 125 cc. Mas ainda no departamento do motor, dizer que apesar de algumas vibrações nos regimes mais elevados, não podemos dizer que tenha sido algo anormal quando falamos de um bloco monocilíndrico de 13 cv. Uma nota bastante positiva foi também a injeção, que respondeu bastante bem, assim como a velocidade máxima que ultrapassou os 115 km/h anunciados pela Macbor.
EQUILÍBRIO É TUDO
Na dianteira a XR1 conta com uma forquilha invertida e atrás possui um monoamortecedor. As suspensões não são ajustáveis o que pode assustar um pouco, porque se não funcionarem da forma correta vamos ter um problema. Contudo, não é esse o caso desta Montana XR1. De facto, foi mesmo um dos pontos que mais nos agradou. O conjunto de suspensões e quadro revelou homogeneidade e um comportamento muito certo em estrada e fora dela. Nos trajetos que realizámos fora de estrada – e apesar das jantes raiadas em alumínio não possuírem os pneus mais adequados para o efeito – percebemos que com uma borracha mais adequada para terrenos acidentados, a Macbor não se nega a umas boas saídos do asfalto. Contudo, a marca afirma que o foco desta moto foi a condução em estrada (até porque temos roda de 17’’ na frente), tendo pensado, ainda assim, em oferecer uma boa posição de condução em pé e fora de estrada.
Mas há aqui um ponto importante no que diz respeito a fazer incursões fora do asfalto. O sistema de travagem incorpora um disco de 265~mm na dianteira e um disco de 240 mm na traseira – bastante mordazes diga-se – com sistema CBS. O que significa isto? Que temos um sistema de travagem combinada e por isso, se tentarmos bloquear a roda traseira a dianteira irá bloquear também. No entanto, esta é mais uma prova de que a Macbor quis colocar as fichas todas no comportamento em estrada desta pequena trail, conseguindo mesmo assim oferecer boas prestações fora de estrada para os mais aventureiras, sendo necessário um cuidado extra devido ao sistema CBS. A verdade é que foram mais de 150 km realizados numa manhã com esta XR1 e pouco temos a apontar no que diz respeito ao cansaço acumulado.
ESTÉTICA E TECNOLOGIA
A nova XR1 demonstrou uma posição bastante ergonómica, e como referimos anteriormente, depois de 150 km, pouco ou nada houve a apontar no que diz respeito a cansaço. Bem construído e com personalidade está também o farol dianteiro desta XR1, que falámos no início. A Macbor registou e patenteou esta ótica dianteira, o que significa que, muito provavelmente será utilizada em mais modelos e será uma imagem forte da Macbor. A nível de equipamento contamos ainda com descanso central, crash bars, proteção de cárter em plástico e um kit de três malas com barras de proteção, tudo isto de série, pelo menos numa fase inicial de lançamento. O painel LCD de 5” é também fornecido de série e apesar de ser bastante simples nas informações que apresenta, tem uma boa leitura. O ponto menos positivo é a navegação no mesmo, que se realiza por toque num botão do lado direito, mas não revelou ser intuitiva, requerendo habituação ao toque e às suas funcionalidades.
APENAS O COMEÇO
Ficou claramente no ar a ideia de que a Macbor pretende dar um salto no que diz respeito a alargar as cilindradas disponíveis na sua gama. Prova disso será a sua presença no salão EICMA deste ano e também a patente registada para o farol desta Macbor XR1 que deixa antever que estará presente em mais modelos. Esta evolução da pequena trail da marca espanhola aponta para um futuro risonho e pode não ser perfeita, mas no fim, é importante referir que estamos a falar de uma moto com um preço situado abaixo dos 4.000€ que oferece tudo aquilo que promete, sem desculpas.
MACBOR MONTANA XR1
MOTOR monocilíndrico a 4T, refrigeração líquida
CILINDRADA 124,2 cc
POTÊNCIA 12,6 cv @9.500 rpm
BINÁRIO 9,6 Nm @5.500 rpm
CAIXA 6 velocidades
QUADRO tubular em aço
DEPÓSITO 14 litros
SUSPENSÃO DIANTEIRA suspensão invertida 37 mm, curso de 120 mm
SUSPENSÃO TRASEIRA amortecedor ajustável em pré-carga
TRAVÃO DIANTEIRO disco 265 mm, pinça de três êmbolos, CBS
TRAVÃO TRASEIRO disco de 240 mm, pinça de 1 êmbolo, CBS
PNEU DIANTEIRO 110/80-17
PNEU TRASEIRO 120/80-17
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS 1.370 mm
ALTURA DO ASSENTO 780 mm
PESO 153,5 kg
P.V.P. (desde) 3.999€