Aqui na Motociclismo já passaram pelas nossas mãos diversos modelos SYM, mas podemos dizer que esta ADX 125 é o primeiro modelo do segmento crossover. Depois da moda dos SUV nos automóveis, parece que esta filosofia de aventura veio para ficar também nas scooter.
A Honda deu uma grande pedrada no charco há alguns anos atrás com a X-ADV. Tentando fazer algo diferente num segmento recheado de maxi-scooters pensadas para oferecer conforto e com alguns modelos desportivos à mistura, a Honda foi realmente bem sucedida, certamente muito mais do que esperava. Em termos de potência e características (pelo facto de possuir caixa DCT) a marca ainda não viu os fabricantes rivais tentarem algo semelhante, mas na cilindrada de 125 cc não tardaram a surgir algumas propostas interessantes dos mais diversos construtores.
Mas atenção, se o leitor desse lado tem mais de 40 anos certamente que já se lembrou entretanto de outros modelos do passado com algumas características parecidas. Gilera Typhoon, Aprilia Rally e Yamaha BWS eram algumas das cinquentinhas de aspeto TT muito famosas nos anos ’90, agora possíveis de relembrar de certa forma em vários modelos, entre os quais esta ADX 125.
MODERNA E BEM EQUIPADA
A gama de scooters 125 cc desta marca de Taiwan é composta basicamente por modelos citadinos, mas depois existe a Cruisym Alpha que é sem dúvida a topo de gama. Esta ADX é uma das novidades mais recentes e está no meio, com algumas características citadinas e de maxi-scooter.
Sendo uma crossover dá logo nas vistas pelo guiador despido de formato TT e pelos pneus Kenda de 13 polegadas de desenho misto, mas são vários os aspetos a destacar. As linhas são angulosas e desportivas, algo radicais até para o que costumamos ver na marca, e encontramos iluminação full LED na dianteira e traseira. Depois, em termos tecnológicos não falta uma ignição keyless 2.0 bastante prática e um sistema start&stop para que o motor se desligue sempre que fazemos uma paragem de alguns segundos, como nos semáforos. Também não falta um controlo de tração, que vamos vendo já em diversos modelos de 125 cc e que é possível de desligar, aliás como o referido start&stop.
De referir ainda a presença de uma instrumentação TFT de 5 polegadas a cores, bastante atrativa e com regulação automática da luminosidade. Podemos inclusivamente escolher 3 fundos diferentes, mas gostávamos de ter algumas informações adicionais, como exemplo acerca do consumo médio ou autonomia. Esta ausência não é contudo grave, pois temos um indicador de gasolina fiável e um depósito de gasolina tão grande que, se o atestarmos, quase nos esquecemos que temos de meter gasolina! São 15 os litros de capacidade deste depósito, pelo que a autonomia pode alcançar os 500 quilómetros!
MOTOR SUAVE, CICLÍSTICA CORRETA
Em termos de motorização, esta ADX 125 monta um motor monocilíndrico de quatro válvulas e refrigeração líquida. Debita cerca de 12 cavalos de potência, portanto está um pouco aquém dos 15 cavalos que a lei permite para um motor desta capacidade, mas podemos dizer que as prestações são aceitáveis e as esperadas. Oferece acelerações simpáticas, chega aos 110 km/h a direito e passa inclusivamente dos 120 km/h quando bem embalada, mas acima de tudo a resposta do monocilíndrico é sempre suave, dando confiança aos mais jovens ou aos conduzem esta scooter com carta de automóvel.
O MELHOR Nível de equipamento, estética, potência de travagem, autonomia
A MELHORAR Manetes de travão sem regulação, espaço sob o assento mal aproveitado
Em termos de ciclística esta ADX 125 mostra bons componentes. Conta com travões de disco recortados de dimensão generosa nos dois eixos (260 mm à frente e 230 mm na retaguarda), e a potência destes é elevada, para rápidas. O único inconveniente, como muitas vezes acontece, é que as manetes não são reguláveis e têm um tato um pouco duro, ficando algo distantes dos punhos, o que poderá levar a algum tempo de habituação por parte do condutor desta SYM. Ainda na ciclística, a ADX monta uma forquilha tradicional à frente e um monoamortecedor lateral traseiro (bem diferente do tradicional duplo amortecedor neste tipo de scooters), sistema a que a SYM dá o nome de A.L.E.H. – Anti-Lift Engine Hanger – no fundo para evitar as oscilações típicas no momento de acelerar e desacelerar. Na prática, o que sentimos é que o amortecedor é robusto e apresenta mais qualidade que os tradicionais amortecedores das scooters citadinas, sendo apenas um pouco duro para um condutor mais leve. Com este monoamorteedor lateral temos igualmente um monobraço, pelo a jante traseira fica totalmente à vista, o que também não é comum neste segmento.
ASPETOS PRÁTICOS
Aqui podemos falar do porta-luvas dianteiro do lado esquerdo, bastante fundo, e da tomada de carregamento à direita, junto à ignição keyless. Sob o assento o espaço é interessante, mas tanto pelo formato deste como pela zona inferior do assento, não é muito fácil encaixar certos modelos de capacete. Ainda em termos de praticidade, dizer ainda que o túnel central, onde está localizado o depósito de combustível, é algo elevado, pelo que esta não é a scooter mais prática de subir e descer do assento, mas ainda assim, sem deixar de ter as suas vantagens em comparação com qualquer tipo de moto convencional. Este modelo conta com um peso em ordem de marcha de 150 kg e quanto ao assento, está a 810 mm do solo.
CONCLUSÃO
Apresentando uma posição de condução agradável e uma condução fácil e suave, a ADX 125 é uma scooter muito simpática, capaz de oferecer conforto e corretas deslocações na cidade ou em estrada. Fora de estrada as jantes de 13” com pneus mistos Kenda permitem pequenas deslocações – com as suspensões a permitirem tais percursos – e até nos podemos divertir um pouco mais se desligarmos o controlo de tração, mas convém não entrar em exageros, até porque a presença do ABS não irá ajudar a parar na terra. Mais uma proposta interessante de uma marca que continua a lançar modelos a preços ajustados e com 5 anos de garantia.
SYM ADX 125
MOTOR monocilíndrico SOHC, refrigeração líquida, 4 válvulas
CILINDRADA 125 cc
POTÊNCIA 9 Kw (12,06 cv) @7.500 rpm
BINÁRIO n.d.
CAIXA automática CVT
QUADRO tubular em aço
DEPÓSITO 15 litros
SUSPENSÃO DIANTEIRA forquilha telescópica convencional, curso n.d.
SUSPENSÃO TRASEIRA monoamortecedor, curso n.d,
TRAVÃO DIANTEIRO disco de 260 mm
TRAVÃO TRASEIRO disco de 230 mm
PNEU DIANTEIRO 120/70 – 13
PNEU TRASEIRO 130/70 – 13
DISTÂNCIA ENTRE EIXOS n.d.
ALTURA DO ASSENTO 810 mm
PESO 150 kg
P.V.P. (desde) 3.899€