O mercado europeu das motos prepara-se para virar uma página importante em 2025. Não se trata apenas de modelos substituídos por versões mais recentes, mas sim do desaparecimento definitivo de três nomes que marcaram profundamente o imaginário dos motards: Yamaha YZF-R1 de estrada, Triumph Thruxton RS e Suzuki SV650. Três propostas distintas, três filosofias opostas, todas travadas pela mesma realidade industrial e regulamentar.
A combinação entre a norma Euro 5+, a pressão sobre os custos de desenvolvimento e a mudança dos hábitos de consumo criou um cenário onde a paixão já não é suficiente para justificar a continuidade de certos projetos. As marcas estão a apostar em plataformas globais, motores mais simples de adaptar e gamas com maior retorno financeiro. Neste novo equilíbrio, nem todas as lendas sobrevivem.
A Yamaha YZF-R1 é talvez o caso mais simbólico. Durante décadas, foi a referência absoluta das desportivas de estrada, uma moto que transportava tecnologia de pista para o quotidiano de quem sonhava com o MotoGP no semáforo. Em 2025, essa ligação corta-se oficialmente no mercado europeu. A R1 deixa de existir como moto homologada para estrada, não por falta de prestígio, mas porque o investimento necessário para manter o motor CP4 dentro das novas exigências ambientais deixou de ser racional. A Yamaha opta por preservar o nome apenas no universo do circuito, onde a lógica da performance pura ainda faz sentido.

Yamaha
Na Triumph, o adeus é mais silencioso, mas não menos significativo. A Thruxton RS nunca foi uma moto de massas. Era uma peça de design em movimento, pensada para quem valorizava estética, exclusividade e sensações acima de números. A sua saída não resulta diretamente de uma falha técnica ou regulamentar, mas de uma redefinição estratégica. A marca britânica reorganizou a sua oferta clássica e desportiva, concentrando recursos em modelos com maior versatilidade comercial. A Thruxton despede-se como viveu: elegante, distinta e sem concessões.

Triumph
Já a Suzuki SV650 representa uma mudança de paradigma industrial. Durante anos, foi a escolha lógica para quem procurava uma moto equilibrada, honesta e cheia de carácter. O seu motor V-Twin tornou-se uma assinatura emocional, mas também um entrave num mundo onde simplicidade construtiva e eficiência produtiva são prioridades. A transição da Suzuki para motores bicilíndricos em paralelo selou o destino da SV650. Atualizá-la para os novos regulamentos significaria investir num conceito que já não encaixa na estratégia futura da marca.

Suzuki
A saída destas três motos não é apenas um ajuste de catálogo. É o reflexo de um setor em transformação, onde a identidade técnica e emocional dá cada vez mais lugar à lógica da eficiência, da modularidade e da sustentabilidade. Para muitos, 2025 não será apenas mais um ano. Será o momento em que algumas das motos que definiram uma geração passam definitivamente para a memória.













