Como ficaria o campeonato sem Marc Márquez? Até que ponto o cenário de pesadelo da Ducati teria ficado evidente?
Marc Márquez terminou a temporada 2025 com uma vantagem esmagadora de 78 pontos — apesar de não ter competido nas últimas quatro corridas, após o violento acidente com Marco Bezzecchi na Indonésia. Este dado esmagador expõe uma realidade amarga para os seus rivais: 2025 foi, de forma inequívoca, o campeonato de Márquez, lesões à parte.
Após emergir do que ele próprio descreveu como “o inferno”, depois de fraturar o braço em Jerez em 2020, Márquez não só voltou ao topo, como o elevou o nível a patamares inéditos. Aos comandos da Ducati oficial, o agora nove vezes campeão do mundo transformou-se na força imparável que sempre pareceu destinado a ser — um feito atlético absolutamente arrebatador. Com onze vitórias em Grandes Prémios, catorze triunfos em sprints e incríveis sete fins de semana consecutivos a somar 37 pontos entre Aragão e Hungria, o seu domínio atingiu novos patamares na era das corridas sprint.
Enquanto isso, o campeão em título Pecco Bagnaia entrou numa espiral descendente, sufocado pela pressão e pelas expectativas, vendo Márquez disparar no campeonato. Bagnaia e Fabio Di Giannantonio lutavam para domar a GP25, enquanto Márquez a dominava em poucas voltas — levantando uma questão perturbadora para a Ducati: e se a sua máquina vermelha só venceu porque Márquez estava aos comandos? Esta pergunta “proibida” tornou-se agora uma preocupação com sentido.
Sem Márquez, o enredo de 2025 transforma-se radicalmente. Imagine-se este cenário alternativo: Alex Márquez teria agarrado o título, brilhando com a GP24 enquanto colhia os frutos do caos deixado pela ausência do irmão. Marco Bezzecchi seria vice-campeão aos comandos de uma Aprilia cada vez mais competitiva, enquanto Pedro Acosta, da KTM, não só conquistaria o seu primeiro pódio como também celebraria uma vitória histórica na Hungria.
Neste universo paralelo, a Ducati continuaria um nome dominante, embora com um paradoxo amargo: a GP24 garantiria dez vitórias impressionantes, enquanto a GP25 ficaria reduzida a apenas três. Isto colocaria Borgo Panigale perante um dilema estratégico profundo, questionando os alicerces da sua hegemonia.
E a maior vítima deste cenário? Nada menos que Pecco Bagnaia. Com apenas duas vitórias em sprint e dois em GP, foi completamente eclipsado pelo renascimento de Márquez, enfrentando uma batalha psicológica capaz de comprometer o seu futuro na equipa. A pressão para Bagnaia é agora brutalmente clara: não pode ser ofuscado por Márquez quando a temporada 2026 começar. O decisivo Grande Prémio da Tailândia pode muito bem ser a corrida mais importante da sua carreira.
O MotoGP enfrenta um problema crítico — e tem nome: Marc Márquez. Quando corre, destrói o campeonato; quando está ausente, continua a alterá-lo. Os rivais podem ter pensado que escaparam à era Honda, mas a verdade é muito mais dura: a era Márquez nunca terminou realmente; apenas mudou de garagem.
As implicações de um campeonato sem Marc Márquez são profundas e, à medida que a poeira assenta, o MotoGP talvez nunca mais seja o mesmo. O que espera a Ducati, Bagnaia e o resto da grelha? Uma coisa é certa — a tensão é palpável com a aproximação do arranque da nova temporada!














