Depois de uma época fulgurante, o futuro de Marc Marquez está a começar a gerar alguma especulação nos bastidores do MotoGP, sobretudo num momento em que a disciplina se prepara para viver uma importante momento de transição, com a entrada em vigor dos novos regulamentos em 2027, colocando termo a uma era marcada pelo domínio da Ducati. Segundo o contundente Carlo Pernat, figura proeminente no paddock, o próximo passo do nove vezes campeão do mundo poderá redefinir o panorama do desporto. Apesar dos triunfos recentes com a Ducati, a ideia de Marquez regressar à Honda é mais do que fantasia — é uma possibilidade tentadora que poderá provocar ondas de choque em todo o plantel.
As perceções de Pernat pintam um cenário vívido de incerteza em torno do futuro de Marquez. Embora muitos adeptos assumam que uma renovação com a Ducati é inevitável, a realidade é muito mais complexa. Os regulamentos de 2027 prometem abalar o equilíbrio competitivo, e a Honda continua um gigante adormecido, pronto a avançar ao mínimo sinal de oportunidade.
As primeiras declarações de Marquez sugeriam o desejo de permanecer na Ducati, mas as suas entrevistas mais recentes revelam uma postura mais aberta. O enigmático piloto não fecha portas, especialmente enquanto pondera as incertezas que se avizinham. Com as próximas alterações regulamentares, prever o desempenho das equipas é bastante incerto. A Ducati pode dominar — ou pode desmoronar — e Marquez sabe melhor do que ninguém como a sorte muda rapidamente neste desporto implacável.
E depois, há a Honda. De 2013 a 2023, ambos fizeram história do MotoGP — uma década de glória que acabou por implodir. Ambas as partes deixaram a porta entreaberta para um reencontro, condicionado por um fator crítico: a Honda tem de recuperar competitividade. A sua recente subida do nível D nas concessões mostra progressos, mas são necessários avanços técnicos importantes para recuperar o esplendor de outros tempos.
Quando Pernat foi questionado sobre a lealdade de Marquez, não deixou margem para dúvidas: “Não é certo que Marc Marquez vista as cores da Ducati em 2027.” E revela ainda o forte afeto que Marquez mantém pela Honda, sugerindo que o gestor da equipa, Alberto Puig, faria tudo para o trazer de volta. Os riscos são enormes, e a potencial oferta financeira da Honda poderá ser astronómica — possivelmente a rivalizar com o PIB de uma pequena nação! Se a Honda apresentar uma moto competitiva, Marquez não hesitaria em regressar.
Mas há mais em jogo do que nostalgia. Os novos responsáveis do MotoGP, a Liberty Media, procuram narrativas dramáticas e regressos heroicos. “Pense nisso; é algo que ressoaria com a nova liderança do MotoGP, que está focada em storytelling”, enfatizou Pernat. Um regresso de Marquez à Honda seria a reviravolta definitiva, e a ideia de o juntar ao irmão de Valentino Rossi, Luca Marini, é suficiente para entusiasmar até os veteranos mais calejados do paddock.
Marini, ainda com contrato por mais um ano, encaixa perfeitamente na visão da Honda, tornando improvável que lhe neguem uma renovação. No entanto, como Pernat astutamente aponta, isso exigiria algumas saídas estratégicas dentro da equipa. O cenário político do MotoGP é tão desafiante quanto as próprias corridas!
Antes de deixar a Honda em 2023, Marquez rejeitou uma oferta financeira exorbitante. O seu foco absoluto estava em vencer de imediato, o que o levou à Gresini e, posteriormente, à Ducati oficial. Mas à medida que o relógio avança rumo a 2027, se a Honda apresentar uma moto vencedora e um salário arrebatador, poderemos testemunhar o impensável: o regresso do maior campeão da era moderna ao palco onde tudo começou.
Será que Marc Marquez fará um regresso sensacional à Honda?












