Enea Bastianini completou em 2024 a segunda (e última) época como piloto de fábrica da Ducati. Não conseguiu repetir a sua melhor classificação final de sempre num Mundial, nem lutar pelo título até ao fim.
Depois das lesões que o atormentaram em 2023, Bastianini recebeu um voto de confiança da Ducati para continuar em 2024 – mesmo perante o facto de Jorge Martín ter sido vice-campeão do ano passado e ter legítimas aspirações ao lugar.
O italiano tinha, assim, uma oportunidade para «mostrar serviço» e tentar, finalmente lutar pelo título. O começo foi promissor: esteve no top cinco nas primeiras cinco corridas principais, até ser 18.º no GP da Catalunha. Daí até ao fim, só ficou a zeros com o abandono na Indonésia, falhando também o top cinco na Tailândia (14.º) e em Barcelona (sétimo).
Consistência forte, explosividade faltou
A consistência de Bastianini esteve entre as melhores da temporada. No entanto, as qualificações e as corridas Sprint condicionaram as chances do piloto – só obteve uma pole position e raramente partiu da linha da frente.
Já nas corridas Sprint, teve apenas oito pódios em 20 rondas – sete deles nas últimas sete rondas, o que evidencia uma melhoria ao longo do ano.
Com melhores prestações ao sábado, Bastianini poderia ter aspirado a algo mais – pelo menos ao terceiro lugar, que ficou a seis pontos de distância, tendo perdido nesse duelo contra Marc Márquez (Gresini/Ducati).
O próprio «Bestia» reconheceu, no fim da temporada, que lhe faltou ser mais explosivo – algo essencial em qualificação e na corrida Sprint que é curta e disputada mais a fundo.
Apesar de não ter igualado a sua melhor classificação final no MotoGP, Bastianini despede-se da Ducati com mais duas vitórias e sendo uma presença constante no pódio – mostrando que pode, no futuro, ser um candidato ao título caso tenha as condições certas e faça melhorias nos seus pontos fracos.
O ponto forte
A consistência foi uma arma vital de Bastianini ao longo de 2024. Ter falhado o top cinco apenas quatro vezes nas corridas principais, além de ter conseguido nove pódios, foram registos importantes que o ajudaram a ficar entre os quatro primeiros do campeonato.
O ponto fraco
O desempenho em corrida Sprint tem de melhorar. A prova de sábado faz diferença apesar de atribuir apenas metade dos pontos, e caso tivesse melhores resultados nesse momento do fim de semana, Bastianini poderia até ter ambicionado a lutar pelo título até mais perto do fim.
O melhor momento
O GP da Grã-Bretanha marcou o regresso de Bastianini às vitórias, meio ano depois. Um momento de superação por parte do italiano, que fez um fim de semana quase perfeito em Silverstone ganhando também a corrida Sprint.
O pior momento
O GP da Indonésia foi o único abandono de Bastianini numa corrida principal. O piloto tinha potencial para um resultado forte em Mandalika, mas a queda quando estava em terceiro pode ter feito toda a diferença na luta pelo pódio do campeonato.