Francesco Bagnaia, a estrela da Ducati, passou por uma das temporadas mais caóticas e desafiantes da sua ilustre carreira no MotoGP. Depois de conquistar dois títulos mundiais consecutivos em 2022 e 2023, as expectativas eram elevadíssimas para o campeão em título. No entanto, o panorama do MotoGP mudou drasticamente quando Jorge Martín, que o bateu na corrida para o título de 2024, deixou a Ducati para se juntar à Aprilia — apenas para enfrentar uma série de lesões na pré-temporada que o afastaram da luta pelo título de 2025.
Mas a ausência de Martín pouco fez para aliviar as dificuldades de Bagnaia. Pelo contrário, viu-se confrontado com a feroz concorrência dos irmãos Márquez. Marc, o seu novo companheiro de equipa, rapidamente assumiu o controlo do campeonato, enquanto Álex Márquez se revelava uma surpresa ao emergir como um candidato sério numa GP24 da equipa Gresini. No meio desta rivalidade intensa, a temporada de Bagnaia foi marcada pela inconsistência, lutando para se adaptar ao comportamento da nova GP25, ficando inicialmente relegado a um patamar frustrante de “terceiro melhor”.
Com a época a avançar, as dificuldades aumentaram drasticamente após a pausa de verão. O que começou como uma campanha promissora culminou num decepcionante total de apenas três vitórias contra dez corridas sem pontuar — seis das quais resultaram em abandonos. Esta performance de altos e baixos fez Bagnaia cair de um sólido terceiro lugar para quinto no campeonato, um golpe difícil de engolir para um piloto do seu calibre.
Refletindo sobre o ano tumultuoso após a última corrida, em Valência, Bagnaia partilhou abertamente: “Nestes períodos, muitas pessoas querem dar conselhos.” Reconheceu que, embora estivesse rodeado de diversas opiniões, a melhor prática foi simplesmente a de desfrutar da condução. “Às vezes é melhor esquecer os problemas e simplesmente aproveitar a pilotagem”, enfatizou.
Outro aspecto crucial para Bagnaia foi a necessidade de reajustar as suas expectativas. Se antes definia sucesso pela vitória, agora encontrou-se a reformular o que constituía um “bom resultado”. “Agora, um bom resultado é terminar no top cinco”, explicou, destacando a mudança abrupta na sua mentalidade enquanto enfrentava os desafios da temporada.
Talvez o mais difícil para Bagnaia tenha sido aceitar o facto de já não conseguir replicar a sensação com a roda dianteira que tinha em temporadas anteriores. “A principal coisa para mim esta época foi apenas aceitar não me sentir bem na moto e não conseguir lutar pelo que sei que posso lutar”, admitiu. A luta para aceitar esta nova realidade foi um obstáculo significativo, mas também encontrou algum conforto na procura do prazer a pilotar.
Num desfecho surpreendente, Bagnaia conseguiu terminar o ano com um bom resultado, conquistando uma vitória pós-temporada na corrida de dirt track ‘100 km di Campioni’ de Valentino Rossi, ao lado de Augusto Fernández. Este triunfo foi um lembrete refrescante do seu talento duradouro, mesmo num ano cheio de adversidades.
Enquanto Bagnaia procura recuperar deste capítulo turbulento, fãs e críticos estarão atentos para ver como se adapta e evolui perante a adversidade. Com resiliência e determinação, será que ele voltará ao topo do MotoGP nas próximas temporadas? Só o tempo dirá, mas uma coisa é certa: Francesco Bagnaia não é piloto para ser descartado facilmente.














