Marc Márquez deixou para trás um complicado primeiro dia de testes de MotoGP em Sepang, acumulando 72 voltas esta quarta-feira. Apesar de ter feito apenas o 14.º tempo e de não estar satisfeito com as suas voltas rápidas, o piloto da Gresini sente estar a progredir na adaptação.
O espanhol referiu que ficou agradado com este dia, embora admita que continua a ter muitas dificuldades em volta rápida: ‘Hoje foi muito melhor do que ontem. Hoje senti-me melhor, pude fazer mais voltas – até talvez demais, porque 72 voltas aqui na Malásia talvez seja demasiado; não sei como estarei amanhã. Mas hoje senti-me assim e até na parte final do dia, quando tive um pneu para o ataque ao cronómetro, decidi fazer dez voltas – a corrida Sprint – porque senti que era necessário para eu entender esta moto com mais voltas consecutivas. E de facto durante a corrida Sprint comecei mais lento e depois fui mais veloz no fim. Isso significa que estava a entender melhor a moto volta a volta. Ainda estou com muitas dificuldades no ataque ao cronómetro – é onde tenho mais dificuldades porque é o mais difícil para um piloto entender como atacar quando só tens duas voltas e depois de duas horas tens outras duas voltas para o ataque ao cronómetro. Portanto, é aí que ainda preciso de entender como usar o pneu. Exceto isso, estou contente com a forma como o dia correu’.
Nesta altura, Márquez disse que embora ainda não esteja em perfeita sintonia com a moto, continua a adaptar-se e precisa de mais quilometragem: ‘Ainda estou um pouco rígido na moto, mas hoje comecei a desfrutar um pouco e esse foi o principal motivo para fazer dez voltas consecutivas – para tentar entender melhor. Porque se fizeres um ataque ao cronómetro são apenas duas voltas e não compreendes muito. Neste momento preciso de voltas, voltas. Talvez hoje tenha feito demasiado porque amanhã irei sentir, mas tudo bem’.
Por outro lado, o #93 explicou que o pneu traseiro utiliza-se de uma forma muito diferente no caso da Ducati e ainda tem de eliminar o instinto de pilotar como se fosse a sua antiga moto: ‘É uma forma completamente diferente de usar o pneu traseiro. Por esse motivo ainda estou a pilotar a Ducati como a Honda. Em Valência esteve bem, mas aqui não. E agora preciso de afastar o hábito de 11 anos com uma moto. Isto é difícil. Em especial quando estás no ritmo é mais fácil porque tens mais tempo, mas quando estás no ataque ao cronómetro não estás a pensar – vais pelo instinto. E se pilotar por instinto, piloto como a Honda. Mas não é a melhor forma de pilotar esta moto. Portanto, passo a passo, é um processo’.
Quanto às configurações que está a utilizar na sua Ducati Desmosedici GP23, Márquez afirmou: ‘Estive a usar uma afinação muito padrão de outros pilotos Ducati porque não quero perder o rumo; não quero ir para outra afinação. Porque essa foi a afinação com a qual comecei ontem e hoje estava a funcionar melhor, o que significa que estou a entender melhor a moto. E é aí que ainda preciso de entender e como estou a pilotar. Estamos a experimentar algumas coisas. Os meus técnicos também estão a tentar compreender o meu estilo de pilotagem. Hoje fizemos algumas mudanças grandes na moto – algumas positivas, outras negativas. Mas no fim estamos a pilotar com uma afinação muito padrão’.