Jorge Martín repisou os vários capítulos da temporada que agora findou e lamentou ter perdido o título mundial da forma como aconteceu.
‘Perdi o campeonato na última corrida, aconteceram muitas coisas este ano, foi uma época muito longa. Estive longe e depois fiquei perto do título. No final de contas, foi complicado vencer porque cheguei a Valência em desvantagem. Não obstante isso, no início da temporada, o meu objetivo era estar entre o top-3. Estou feliz pelo ano que fiz’, detalhou o homem da Pramac, em entrevista ao programa “O Formigueiro”.
‘Desfrutei muito na última prova em Valência, estavam milhares de pessoas e os fãs apoiaram-me e cantavam, depois de ter vencido a corrida de sprint, que seria possível conquistar o título. E além disso, decidi que iria aproveitar, quer fosse campeão ou ficasse em segundo. Passei um mau bocado desde a Tailândia até ao Catar. Em outubro, estava obcecado em ganhar, mas foi um ano complicado, não comecei, de todo bem, pelo menos da forma como esperava, mas depois ganhei confiança e chegaram as vitórias. Venci 13 corridas, nove sprints e quatro longas, e fui rápido em todos os fins de semana. Mas a verdade é que quando algo não corria bem, ficava demasiado tenso. Mas colocar essa carga em cima da tua equipa é algo negativo, eles são a tua família e esse não é o caminho. Quando via que algo não estava perfeito, reagia a quente. É uma aprendizagem para o ano que vem’, acrescentou o ‘Martinator’, que ainda recordou o acidente que o afastou da derradeira corrida de 2023.
‘Foi um momento complicado, levantei a moto porque, precisamente, não queria fazer o que fiz. Se tivesse continuado no chão, teria havido um choque, ao levantar-me fiz com que a moto de Marc Márquez derrapasse e isso provocou que ambos acabássemos no chão. Caiu-me mal porque era a última corrida dele na Honda, nenhum dos dois queria que isso tivesse acontecido. Quando o vi depois da corrida, aproximei-me dele e surpreendeu-me a atitude de Marc. Disse-me que ficasse tranquilo e que ele teria feito o mesmo se estivesse a lutar pelo mundial. Dias depois, troquei de capacete com ele’.
O rei dos sprints, falou ainda sobre o segredo para brilhar nas provas ao sábado.
‘Em 42 minutos, há muita gestão. Não é apenas dar gás e esperar para ver o que Deus quiser. Tenho de pensar muito em termos estratégicos. No sprint, é mais por instinto, é mais velocidade pura. E aí sou muito forte, por isso venci nove vezes’, explicou.
Martín afirma que tem apenas um grande amigo entre os pilotos que estão em prova na categoria rainha.
‘Dou-me bem apenas com um piloto que é Aleix Espargaró. Temos uma relação como se fossemos irmãos. Desde que tinha 16 anos que ele sempre cuidou muito de mim, com os outros não pretendo que sejam meus amigos, são rivais. Quero respeitar todos, porque está em jogo a nossa vida e este desporto pode ser muito perigoso’.