Ken Roczen é o nome que ninguém esperava ver a liderar a classificação geral do AMA Monster Energy Supercross Championship 2025 após as primeiras três rondas. O piloto da HEP/Progressive Insurance/ECSTAR Suzuki, que começou a temporada sem grande alarido, carrega agora a cobiçada placa vermelha para Glendale, um feito que deixou a comunidade do motocross boquiaberta.
Após uma série de desempenhos pouco impressionantes nos dois eventos do AMA Pro Motocross no verão passado e no Campeonato Mundial de Supercross (WSX) durante a pré-temporada, as expectativas em torno de Roczen estavam moderadas. No entanto, o piloto alemão tem vindo a surpreender, apresentando uma consistência notável com resultados de 2.º, 4.º e 2.º lugares nas três primeiras rondas. Este desempenho sólido, aliado a arranques rápidos – os melhores da temporada até agora – permitiu-lhe alcançar o topo da tabela classificativa.
Curiosamente, as suas prestações em qualificações têm sido irregulares, com tempos que o colocaram em 14.º, 5.º e 9.º lugares respetivamente. Contudo, quando chega a hora da corrida, Roczen tem demonstrado velocidade suficiente para competir com os melhores. Em Anaheim, ficou a apenas 0,022 segundos da volta mais rápida, registada por Jett Lawrence, provando que o seu sucesso não se deve apenas a bons arranques e consistência, mas também à sua capacidade competitiva.
Na conferência de imprensa após a corrida em Anaheim, Roczen mostrou-se entusiasmado com o seu desempenho: ‘Toda a corrida principal foi incrível. Senti que estava numa batalha de quatro pilotos o tempo todo. Foi uma pista muito complicada, com áreas bastante escorregadias e muitos detalhes técnicos. Mantive-me focado e senti-me muito forte nas secções de whoops. Honestamente, estar no pódio é um sonho. Estou super feliz’.
Sobre o facto de carregar a placa vermelha, Roczen confessou: ‘Na semana passada, pensei em como teria sido partilhá-la com o Eli [Tomac], se tivesse conseguido o terceiro lugar. Já fazia algum tempo que não tinha um gostinho da placa vermelha, especialmente numa moto amarela. É mesmo um sonho tornado realidade’.
Apesar do início surpreendente, Roczen admitiu que chegou à temporada sem grandes expectativas: ‘Às vezes, somos surpreendidos, não é? Trabalhámos muito na pré-temporada, mesmo que nem sempre me sentisse a 100%, nem a moto estivesse no ponto. Mas é nessas alturas que a experiência faz a diferença. Se me tivessem dito que teria a placa vermelha após três rondas, teria rido e perguntado: «A sério?»’ disse entre risos.
Ainda assim, nem tudo é fácil para Roczen. Ele admitiu que Anaheim 2 continua a ser um local difícil devido ao acidente monumental que sofreu em 2017: ‘Honestamente, Anaheim 2 é sempre um pouco estranho para mim. Tento não me deixar afetar, mas sinto-me mais ansioso. É algo que ainda paira sobre mim’.
Além disso, Roczen revelou que as mudanças realizadas na suspensão da sua moto contribuíram significativamente para o desempenho em Anaheim: ‘Testámos algumas coisas esta semana e, antes da última sessão de treinos, voltei à configuração base. Foi a melhor decisão que tomámos porque tudo parecia mais familiar e confortável’.