Prestes a regressar ao conceito de motores em V para equipar a sua moto de MotoGP, algo que não ‘faz’ desde as 500 com motor a dois-tempos, a Yamaha estará a pensar igualmente no lançamento de uma R1 com essa arquitectura de motor?
A última vez que o construtor japonês colocou no mercado uma desportiva com motor em V foi precisamente em 1984 quando lançou a bombástica RD 500, uma poderosa dois-tempos que utilizava uma versão mais calma dos motores que a marca utilizava no mundial de velocidade com as YZR 500. No Japão a 500 de Iwata chegou mesmo a ter uma versão mais ‘racing’ com o nome de RZV 500R, nove quilos mais leve ao utilizar um chassis em alumínio ao invés do aço da RD mas que ao contrário dos 88 cavalos reclamados pela versão europeia tinha apenas 64 cavalos para estar de acordo com a legislação nipónica.
Mas 40 anos depois da RD 500 a Yamaha poderá aproveitar o regresso à configuração em V no MotoGP para adoptar também a mesma solução para a sua super-desportiva de estrada e claro, desenvolver uma nova arma para o mundial Superbike onde não vence desde 2021 pelas mãos do agora seu piloto de MotoGP, Toprak Razgatlioglu.
A R1 actual parece ter chegado ao limite de desenvolvimento e conquistar pódios nas Superbike na actualidade é motivo de festa para os seus pilotos, mesmo se na resistência a moto japonesa continua a ser uma das preferidas pelas mais diversas equipas e conquistou mesmo o título mundial em 2025 com a equipa da YART.
Mas falta ‘sumo’ na R1 para bater a Ducati Panigale V4R e mesmo a BMW M1000RR (uma verdade que precisa de ser confirmada depois da saída do mago Toprak das suas fileiras) e a solução poderá mesmo seguir o caminho dos italianos e construir uma MotoGP mais civilizada que possa ser vendida ao comum dos mortais. Talvez por isso os japoneses tenham decidido entrar já em 2026 no MotoGP com o V4 com 1000cc de capacidade, que pode assim ser desenvolvido pelos seus pilotos nesse campeonato e ser a base do futuro propulsor da R1, elevando ainda mais o carisma e acima de tudo a competitividade do modelo quando em confronto directo com as Ducati.
Os seguidores da marca há muito que desejam uma R1 mais competitiva em pista mas nos stands falta saber se a Yamaha conseguiria escoar um modelo V4 ainda mais desenvolvido do ponto de vista tecnológico e que poderia atingir preços de comercialização semelhantes aos das Ducati que continuam a ‘esgotar’ mesmo nas suas versões mais exclusivas e dispendiosas…mas aí teríamos que falar de um carisma que actualmente apenas os de Borgo Panigale parecem ter e que não é nada fácil de conquistar.













