Num reviravolta surpreendente, a Honda protagonizou uma das grandes surpresas da segunda metade da temporada no MotoGP, transformando o desempenho do seu motor em apenas seis meses! A revolução técnica desencadeada pela Honda catapultou a RC213V para um patamar mais elevado, colocando-a entre as motos mais velozes do campeonato, superando até rivais como a Ducati ou a KTM. Este desenvolvimento surge num momento crucial, em que a Honda se despede do patamar D das concessões, marcando assim um novo capítulo na sua trajetória competitiva.
Os números não mentem: no Grande Prémio de Valência, Luca Marini surpreendeu na pista ao registar uma velocidade máxima de 342,0 km/h, logo seguido pelo seu companheiro de equipa Joan Mir. Este desempenho arrebatador contrasta fortemente com os resultados desanimadores do início da temporada, quando a Honda ocupava consistentemente o fundo das tabelas de velocidade.
Três evoluções de motor na temporada: uma estratégia ousada
O que está por detrás deste ressurgimento? O piloto de testes Aleix Espargaró levantou o véu: “A Honda apresentou três variantes de motor diferentes durante a temporada atual. Estava planeado assim, pois sabíamos que iríamos perder estas concessões. Trabalharam incansavelmente durante todo o ano.”
A trajetória ascendente começou a ganhar força no Grande Prémio de Itália, em Mugello, logo após as melhorias do motor terem sido validadas nos testes em Aragão. Depois disso, pelo menos um piloto Honda figurou consistentemente entre os cinco mais rápidos em velocidade máxima em cada grande prémio.
A evolução é impressionante. Há apenas seis meses, em Mugello, Somkiat Chantra era o piloto mais lento da grelha, registando 350,6 km/h, enquanto Marco Bezzecchi, na Aprilia, passava no mesmo local a 362,4 km/h. Em Valência, no encerramento da temporada, os pilotos Honda reinaram no topo da tabela de velocidades!
Este salto extraordinário chega num momento crítico, à medida que a Honda ascende à gama C no sistema de concessões, o que significa que terá de utilizar o mesmo motor em 2026, congelando o desenvolvimento em preparação para a nova era dos 850 cc, que começará em 2027.
No entanto, nem tudo é velocidade. A fiabilidade continua a ser uma preocupação persistente. Em Portugal, Johann Zarco enfrentou falhas técnicas em ambas as corridas, sublinhando que potência bruta deve ser acompanhada de durabilidade. Se a HRC conseguir resolver estes problemas de fiabilidade, a recém-recuperada velocidade máxima poderá traduzir-se em resultados excecionais no campeonato de construtores.
O ressurgimento da Honda não é apenas uma questão de velocidade; é um testemunho da sua busca incansável pela excelência. Se conseguirem aproveitar este impulso enquanto resolvem as falhas de fiabilidade, a Honda poderá estar de volta, e em força!













