A mudança de Marc Márquez da Repsol Honda para a Gresini em 2024 surpreendeu. O piloto optou por sair de uma equipa de fábrica, aceitando as condições de uma equipa satélite com uma moto da Ducati que não era a mais recente.
E o próprio construtor de Borgo Panigale teve de acolher numa equipa satélite um piloto que não se encaixava na estratégia de optar por mais jovens – como recordou Jaime Alguersuari Sr. no Dura la Vita: ‘Todas as conversas com a Ducati iniciaram-se nos finais de 2023, inclusive com a intervenção da Ducati. A Ducati, em princípio, não estava para isso – havia uma aposta muito clara nos jovens deles, e o Márquez não encaixava no puzzle’.
Houve alguma controvérsia também à mistura, enquanto Márquez queria acima de tudo perceber se, numa moto competitiva, ainda conseguia desfrutar e lutar nas posições cimeiras. Alguersuari Sr. comentou: ‘Entrou-se na questão geracional. Todos começaram a ver o Márquez acabado há quatro anos, com uma Honda que não é competitiva. Mas o Márquez insistiu. […]. O Márquez estava disposto a montar fosse o que fosse com a Ducati’.
No entender do antigo piloto, o terceiro lugar de Márquez este ano ganha outra dimensão considerando a diferença entre as motos de 2023 e 2024: ‘Quando a Ducati aceitou internamente, ainda em 2023, a engenharia decide que o Márquez não pode intrometer-se na luta. E portanto, decidiram separar as motos de 2023 e de 2024 de uma forma nunca antes vista. E vimos isso: [Marco] Bezzecchi ficou a 250 pontos o mais do Márquez. O que aconteceu com os restantes das quatro motos de 2023? Desaparecidos em combate, exceto o irmão Álex, que foi o melhor depois do Marc. Não me digam que isso não é épico. O Marc Márquez intromete-se nas quatro intocáveis’.