Tudo indica que em 2025 começará a ser implementado um sistema de comunicação via rádio durante as corridas no MotoGP, inicialmente como unilateral da direção de corrida para os pilotos – mas com a intenção de, no futuro, se tornar bidirecional ligando equipas e pilotos como já acontece na Fórmula 1.
Um dos pilotos que mais pede tal solução é Aleix Espargaró, que está a trabalhar na sua implementação, e depois do dia de testes de Misano afirmou: ‘Estamos a experimentar, a melhorar dia a dia. Não tem a ver só com a comunicação, mas também com a segurança caso caias. A Dorna está a trabalhar muito bem com a Kabuto, estou muito contente. Eu fui um dos que pressionou mais a Dorna para ter o rádio, mas parece que não é fácil. Um dos maiores problemas neste momento é o sistema GPS. Não é fácil, mas estamos a trabalhar no duro e quanto mais cedo estiver pronto, melhor para o espetáculo’.
Segundo Espargaró, está a trabalhar-se num sistema em que os pilotos também poderão falar no futuro, considerando que apesar do trabalho necessário, será benéfico para o espetáculo no MotoGP:
– É bom para o espetáculo. É óbvio que não podes falar a meio das retas, obviamente em alguns circuitos – Misano, por exemplo – será muito difícil falar; na Malásia será muito fácil. Depende, mas precisas de te habituar a novas tecnologias, precisas de experimentar, falhar, experimentar outra vez, testar, e ver onde podemos ir. Penso que um dos sucessos chave da Fórmula 1 além da Netflix tem sido o rádio. As corridas são aborrecidas? Mas não tem a ver com o rádio; uma das coisas mais divertidas da Fórmula 1, no meu ponto de vista, é o rádio. Gosto mais do nosso espetáculo, mas se puderes pegar nas coisas boas deles – e o rádio é uma delas… Imaginem-me ontem a perguntar à equipa, «Paro, ou não tenho de parar? O que querem que eu faça?» E o Antonio [Jiménez, chefe de mecânicos] a gritar comigo, e eu a falar com ele… pode ser divertido para as pessoas, creio.
Questionado sobre o quão difícil será para um piloto falar durante a corrida, o #41 retorquiu: ‘Precisamos de descobrir, ninguém sabe. O mais fácil para um piloto é dizer, «Ah, vou desconcentrar-me». Porquê? Precisamos de experimentar. É pior ativar sempre o dispositivo de altura traseira, que precisas de abrir a mão, ativar sempre, travar forte para desativar. Digam a algum piloto há cinco anos que ele teria de carregar num botão em todas as acelerações… isso é muito pior. As novas tecnologias estão a chegar, precisamos de experimentar. Talvez vá ser perigoso, não vá ser seguro, e cancelamos. Mas não creio’.
Por fim, Espargaró frisou que espera que o sistema de rádio vá acrescentar algo e rejeita que tenha problemas de segurança quando chegar: ‘Vai ser divertido, acreditem em mim. A Dorna está a trabalhar no duro em termos de segurança para os capacetes, a fazer digitalizações, a trabalhar no duro com fabricantes. Não começámos ontem; fui o primeiro a começar isto, e há quase três anos – ou até há mais de três anos. Portanto, quando chegar estará mais do que preparado, seguro, e será muito divertido’.