O mundo está em constante evolução, assim como os hábitos de consumo, e por consequência as empresas têm de mudar a forma de fazer publicidade – sobretudo numa altura em que os suportes digitais e online são cada vez mais procurados.
Do mesmo modo, as equipas desportivas têm de fazer essa adaptação à realidade. Javi Martínez, diretor-executivo da Finetwork MIR Racing Team, referiu ao Palco23: ‘O patrocínio desportivo evoluiu muito pouco. Mais além do conteúdo das redes sociais, continua a ser dama, cavalo e rei, com um modelo muito obsoleto. É necessário levar uma equipa de media aos circuitos, inclusive os pilotos já o estão a fazer. O conteúdo nas redes sociais é muito volátil e precisa de rapidez. Agora, o desporto conta-se de forma diferente, com uma linguagem conforme às novas gerações. As equipas devem atuar como agências, já que os patrocinadores já não querem pôr o autocolante na moto, mas sim transmitir a história deles’.
O dirigente espanhol disse depois: ‘A grande maioria dos patrocinadores são do setor ou deram o salto para o desporto motorizado porque o proprietário da empresa adora este desporto. No entanto, a aposta é cada vez menor. Inclusive em equipas oficiais do MotoGP há dificuldades para encontrar patrocinadores principais’.
No entender de Martínez, deverá haver uma abertura dos conteúdos, em particular nas classes de acesso ao MotoGP: ‘A visibilidade está agora nas redes sociais e numa forma diferente de consumir desportos. As empresas e as equipas devem entender isso e adaptar-se. A televisão em sinal aberto não vai chegar, pelo que o promotor deve abrir os conteúdos para chegar a mais público. Poder-se-ia abrir o conteúdo de Moto3 e Moto2 para poder atrair o interesse desse novo público, e assim gerar essa necessidade de consumo; derivando na subscrição de uma quota, por exemplo, para aceder ao conteúdo de MotoGP. Assim, ajudar-se-ia as equipas de Moto3 e de Moto2 a venderem os projetos delas e a terem maiores taxas de visibilidade’.