O GP de Portugal regressou ao MotoGP em 2020, sendo na altura uma das soluções de recurso no contexto da pandemia. Até este ano sempre foi possível reunir os pressupostos financeiros para que o Autódromo Internacional do Algarve continuasse no calendário, mas para o próximo ano o risco de o evento não se realizar é muito alto.
O regresso do GP da Chéquia, e a possível inclusão das três rondas canceladas este ano, deverá custar o lugar a pelo menos um dos GP que se realizaram em 2024. De acordo com a SportTV, que cita fonte do circuito, neste momento o GP de Portugal não está no calendário provisório apesar de as negociações ainda não estarem fechadas. Em entrevista à mesma estação televisiva, o único português no MotoGP, Miguel Oliveira, confirmou que há um sério risco de o GP de Portugal sair do calendário: ‘Pelo que temos visto nas últimas semanas, parece que o nosso Grande Prémio de casa está bastante em risco, o que me deixa extremamente triste. Deixa-me triste, porque o GP de Portugal nos últimos anos tem sido realizado fruto de um esforço de organização excelente da administração do autódromo de Portimão. Tem sido feito com pequenos apoios, mas super importantes, e intervenções das autarquias regionais. Como é sabido do público em geral, as taxas para ter uma prova do calibre desportivo do MotoGP são elevadas, mas o retorno também é elevado, por isso deixa-me sem dúvida perplexo a falta de intervenção governamental no nosso Grande Prémio’.Questioned about the lack of direct support from the government, the Trackhouse Racing pilot retorted: ‘In my opinion, I think that is exactly what is missing – and has been missing in recent years, it is important to mention. There has been zero government intervention in the realization of the MotoGP in Portugal in recent years. It is known, from the news – and that is public – that the MotoGP brought a direct return of about 80 million euros to the Algarve. I am not an expert in economics, but if we do the math, if the people who go to see the MotoGP during the weekend spend about 1,000 euros on hotels, restaurants, tickets, and there are only 70,000 of them, we are already talking about a very appealing number. If we think that the government collects all of that in VAT, it is undoubtedly a profitable Grand Prix’.
In addition to direct consumption, Oliveira highlighted the benefits of the MotoGP in its impact on the economy and even on Portugal’s image abroad: ‘It is an event that is good for the country’s economic health – not to mention the prestige that the country has. The country is visited by many foreign people during the MotoGP – people who come to consume in our country, […], we are talking about injecting capital into our economy. The country is very well regarded, people have an excellent idea of Portugal. Not only that, but as it is known the MotoGP has been held outside the so-called high season of the region. This means that hotels open for the purpose, restaurants open for the purpose, it means that more people are employed for the MotoGP, we are generating revenue in terms of income tax, social security contributions from the salaries of these people. Economically, I, who am not an expert, see that the MotoGP is excellent for our country. There are also the intangible benefits that we have’.
Com a situação complicada para o GP de Portugal continuar, o #88 deixou um apelo reforçado à intervenção governamental: ‘Obviamente que a continuidade do MotoGP fica em risco se o governo não intervir – sendo que o governo é o maior beneficiado’.